O Rio Grande do Norte manteve o menor índice de insegurança alimentar entre os estados do Nordeste, segundo dados do módulo Segurança Alimentar da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar da melhora, o percentual ainda está acima da média nacional, estimada em 24,2%. O levantamento mostra que 371 mil lares potiguares tiveram, no último ano, ao menos uma pessoa com percepção de insegurança quanto ao acesso à alimentação – leve, moderada ou grave – com base na Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA).
“A EBIA permite identificar e classificar a percepção da família sobre a segurança alimentar e nutricional em suas experiências cotidianas”, explica a analista do IBGE, Maria Lúcia Vieira.
Do total de lares potiguares, 19,3%, o equivalente a 243 mil domicílios do RN, estavam em situação de insegurança alimentar leve no ano passado – casos em que há preocupação com o acesso futuro aos alimentos ou substituição por produtos de menor qualidade. A média nordestina ficou em 22,5%.
Outros 6,3% vivem em insegurança moderada, quando ocorre redução efetiva da quantidade de comida entre os adultos da casa. O índice ficou também ficou abaixo da média regional, que foi de 7,5%.
Já a insegurança grave, quando a fome é uma realidade, afeta 3,9% dos domicílios, cerca de 49 mil residências em todo o Rio Grande do Norte – novamente, abaixo da média regional (4,8%).
O Piauí lidera o ranking regional, com 39,3% dos domicílios em situação de insegurança alimentar, seguido por Maranhão (35,2%), Alagoas (35%) e Sergipe (35%).
Fome recua em todos os estados nordestinos
O IBGE observa que houve recuo em todos os estados nordestinos, acompanhando a tendência nacional. A região, no entanto, permanece com o segundo maior índice de insegurança alimentar do país nos três níveis (leve, moderada e grave), com 34,8%, atrás apenas do Norte (37,7%).
Entre as demais grandes regiões, a insegurança alimentar chegou a 20,5% dos domicílios do Centro-Oeste, 19,6% do Sudeste e 13,5% do Sul.
A taxa de insegurança alimentar grave do Norte foi de 6,3%, enquanto a do Nordeste ficou em 4,8%. O Sul foi a região com a menor proporção de domicílios em insegurança alimentar grave, com 1,7%, seguido do Sudeste (2,3%) e do Centro-Oeste (2,8%).
No Brasil, mais de dois milhões de lares saem da insegurança alimentar em 2024
Em nível nacional, a pesquisa indica que mais de dois milhões de lares brasileiros deixaram a insegurança alimentar em 2024.
O estudo, realizado em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), mostra avanço na segurança alimentar em todas as grandes regiões, embora persistam desigualdades entre Norte e Nordeste em comparação ao Sul e Sudeste.
De acordo com os dados nacionais, a proporção de domicílios em insegurança alimentar grave caiu de 4,1% em 2023 para 3,2% em 2024. Neste período, a proporção de domicílios com algum grau de insegurança alimentar no país recuou de 27,6% para 24,2%.
A insegurança alimentar leve teve queda de 18,2% para 16,4%; a moderada recuou de 5,3% para 4,5%, enquanto a grave diminuiu de 4,1% para 3,2%.
Houve redução da fome nas áreas rurais e urbanas e em todas as regiões do país. Além disso, os outros dois níveis de insegurança alimentar – leve e moderada – também apresentaram redução.
Imagem: Reprodução
Fonte: Agência Saiba Mais







































































