Todo novo game chega ao mercado com algum nível de expectativa, seja pelo seu tamanho, conceito, orçamento, etc. Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça, por exemplo, é um lançamento muito esperado devido a vários adiamentos, sua produtora prestigiada e uma proposta com várias polêmicas. Nesta Prévia, vamos conhecer um pouco sobre ele e cada um desses vários elementos que apontam para um jogo com potencial ainda desconhecido.
Uma longa sentença
Anunciado ainda em 2020, e, portanto, afetado diretamente pela pandemia, Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça foi inicialmente previsto para 2022. Após a mudança da data de lançamento para 2023, diversas novas informações foram divulgadas. A mais impactante delas foi um vídeo mostrando a jogabilidade, que pareceu um tanto genérica e simplista, e a obrigatoriedade de conexão online.
O foco excessivamente cooperativo também não foi tão bem recebido, e essas reações negativas levaram a um novo adiamento, agora para a data de 2 de fevereiro de 2024. Curiosamente, Gotham Knights, jogo estrelando quatro pupilos do Batman numa pegada da série Arkham, foi criticado (inclusive) pelos mesmos pontos (exceto a conexão). Como ele não alcançou sucesso de público e crítica, o sinal de alerta deve ter ligado na Rocksteady, produtora de Esquadrão Suicida e da própria série Arkham.
Para piorar, os materiais divulgados até então lembraram outro grande título saído do universo dos super-heróis: Marvel’s Avengers, que hoje em dia não pode ser adquirido nas lojas online. Embora eu discorde de algumas críticas exageradas ao título dos Vingadores, é fato que ele ficou aquém do esperado e deve ter deixado a produtora no prejuízo.
Vale frisar que esse último ponto – dinheiro – é certamente o mais importante para a indústria dos games. Portanto, considerando todo esse cenário exposto, Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça chega com ambas responsabilidade e risco enormes. Felizmente, o potencial é igualmente grande, pois existem vários elementos positivos que podem gerar um ótimo game, mesmo com alguns pontos não tão promissores.
Os melhores dos piores…
Bom, mas do que se trata o game exatamente? A história vai mostrar como o vilão Brainiac tomou a cidade de Metrópolis, lar do Super-Homem, e conseguiu controlar a mente dos membros da Liga da Justiça. Para reverter a situação, o chamado Esquadrão Suicida será escalado para uma missão aparentemente…bem, suicida: matar alguns dos maiores e mais poderosos super-heróis do planeta.
Para isso, o jogador estará no controle dos seguintes anti-heróis: Arlequina, também conhecida como Dra. Harleen Quinzel, a Princesa Palhaça do Crime; Pistoleiro, também conhecido como Floyd Lawton, o atirador mais perigoso do mundo; Capitão Bumerangue, também conhecido como Digger Harkness, um extraordinário assassino australiano; e Tubarão-Rei, também conhecido como Nanaue, o semideus tubarão humanóide.
O game será de ação em terceira pessoa, com jogabilidade semelhante a títulos como os já comentados Marvel’s Avengers e Gotham Knights. Obviamente, a pegada aqui é mais caótica, com habilidades exageradas e violência explícita. A exploração pelos cenários terá um papel importante, visto que cada personagem terá uma forma única de se deslocar por ruas, arranha-céus e demais construções.
Cada um deles contará com habilidades e características únicas, prometendo tornar a jogabilidade geral variada e divertida. Apesar do enredo original, Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça se passa no mesmo universo da série Arkham, ocorrendo cinco anos após o último título, Arkham Knight. Essa será a única ligação oficial a outras mídias, embora as referências aos filmes e quadrinhos sejam evidentes.
Inclusive, isso pode ser conferido no estilo escolhido, que traz visuais facilmente reconhecíveis. Falando na produção técnica, tudo aponta para um resultado excelente. Os visuais estão muito bonitos e cheios de personalidade, além do que promete ser um ótimo trabalho de áudio e uma dublagem de primeira. Isso vale tanto para a original em inglês, quanto para a em português brasileiro, que trará algumas vozes conhecidas do público em geral.
…ou os piores dos melhores?
Apesar de todas essas características que considero positivas, Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça conta com vários pontos no mínimo polêmicos. Por exemplo, será necessária uma conexão com a internet para jogar, seja individualmente ou em grupo. Quando divulgada originalmente, essa questão foi muito criticada, o que levou a notícia de que um modo de história offline será adicionado após o lançamento, ainda em 2024.
Outro ponto negativo inicial é quanto a presença de compras e passes de batalha. Embora bastante populares na atualidade, sobretudo em jogos competitivos online, eles são vistos por muitos como uma forma ostensiva de monetização. Pior, eles apontam para uma proposta que exige muita dedicação do jogador, já que precisaria de horas e horas para obter aquele item desejado, ou senão a necessidade de usar dinheiro real.
A produtora assegura que o game contará com atualizações que incluirão novo conteúdo de história, personagens jogáveis, missões, equipamentos, armas, itens cosméticos, eventos no jogo e muito mais. Sabe-se que várias serão gratuitas, mas a quantidade e qualidades delas ainda é uma incógnita. Ao menos não teremos as famigeradas loot boxes, que parecem estar sumindo aos poucos no geral, salvo exceções pontuais (estou olhando para vocês, NBA 2Ke EA Sports FC).
O mercado está lotado de jogos como serviço (ou games as a service), que exigem muito tempo e/ou dinheiro para serem aproveitados, por isso a preocupação do público. Será que realmente precisamos de mais um título assim? O já comentado Marvel’s Avengers seguiu por esse caminho e fracassou, mesmo oferecendo muito conteúdo de forma gratuita. Gotham Knights não tem passe de batalha, mas caminha para um destino semelhante em termos de popularidade.
Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça poderá ser jogado sozinho e cooperativamente com até quatro jogadores online. Os jogadores podem manter um personagem, mas também trocar por outro sempre que quiserem, desde que seja fora do combate ativo. O título suporta partidas multiplataforma e progressão cruzada para cooperação online.
Só resta esperar pelo veredicto
Considerando todo o contexto da sua chegada, incluindo um desenvolvimento longo, adiamentos e lançamentos semelhantes que foram mal-recebidos, Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiçatem potencial para o bem e para o mal, tal como os seus personagens principais. Ainda que o lado positivo pareça levar vantagem, esse é um daqueles games que somente com o tempo podem ser devidamente avaliados. Fique de olho no GameBlast para futuras atualizações!
Texto de Matheus Senna de Oliveira
Fonte: GameBlast