De acordo com informações do Banco Central divulgadas nessa semana, os depósitos na poupança superaram os saques em R$ 38,2 bilhões em 2018. Esse é o melhor resultado na poupança desde 2013, quando o saldo ficou positivo em R$ 71,047 bilhões. Os depósitos somaram R$ 2,252 trilhões enquanto os saques ficaram em R$ 2,214 trilhões.
Apesar da preferência, a poupança hoje é o investimento menos rentável, isso porque há correção de 70% da taxa Selic, que hoje está em 6,5% ao ano, portanto a poupança rende 4,55% ao ano, mais Taxa Referencial.
A poupança é certamente a mais popular entre os brasileiros, porém existem uma série de investimentos no mercado, fazendo com que nem sempre seja simples saber para onde destinar o dinheiro poupado. O mais importante é diversificar os investimentos, escolhendo os mais adequados para os objetivos e sonhos de curto, médio e longo prazo.
Independente da escolha, todos os investimentos têm pontos positivos e negativos, portanto apresento aqui as diferenças entre eles e suas respectivas vantagens e desvantagens:
Caderneta de Poupança – Ainda é o mais tradicional e popular investimento dos brasileiros com uma característica conservadora. Por ser uma transação de baixo risco, ela possui liquidez imediata e pouco rendimento. Os investimentos de até R$ 250 mil em uma conta poupança são garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito. Assim, mesmo em caso de falência ou liquidação de uma instituição financeira, o valor não será perdido. Por fim, para pessoas físicas há isenção de Imposto de Renda.
CDBs e RDBs – Certificado de Depósito Bancário ou Recibos de Depósitos Bancários são títulos de renda fixa que servem como captação de recursos dos bancos. A rentabilidade corresponde aos juros pagos pela instituição ao cliente por conta do empréstimo, no término do contrato. A diferença entre esses investimentos é que o CDB permite a negociação do título antes do vencimento (perdendo remuneração), enquanto o RDB é inegociável e intransferível. Possui um baixo risco, pois é um investimento de renda fixa.
Títulos públicos – São títulos emitidos pelo governo, que busca verbas para financiar suas atividades nas áreas de educação, saúde, infraestrutura e pagamento da dívida pública. Há títulos variados, com diferentes prazos e rentabilidade, incluindo juros prefixados pela taxa Selic. É possível comprar títulos públicos federais do Tesouro Nacional pela internet ou por meio de Agentes de Custódia, as instituições financeiras que podem operar o Tesouro Direto. Entre os investimentos de baixo risco, esse é o que tem a melhor rentabilidade e oferece a possibilidade de que o próprio investidor, pela internet, administre e tenha maior controle sobre a sua carteira de investimentos. É possível ter uma carteira diversificada quanto a prazos e rentabilidade, e há liquidez garantida pelo Tesouro Nacional.
Ações – Comprar ações significa adquirir a parte de uma empresa que possui capital aberto, se tornando um de seus sócios. Dentre os tipos de ações, existem as preferenciais (PN), na qual o investidor tem preferência no pagamento da parcela do lucro, e as ordinárias (ON), que dão direito de voto ao acionista, porém tem menor peso na hora da distribuição dos lucros. Como depende da saúde de uma empresa, é um investimento de alto de risco, de renda variável, sendo mais indicado para sonhos de longo prazo. Com sua popularização, perdeu grande parte dos seus “mistérios” e isso é ótimo, pois agora é possível encontrar muitas informações antes de começar a aplicar dinheiro. É possível investir nas ações de mais de uma empresa e de diferentes tipos de liquidez.
Fundos de Investimentos – Reúnem diversos investidores (pessoas físicas ou jurídicas) que se unem para comprar cotas de ações, regidos por um regulamento prévio. Esses fundos podem ser fechados, em que não há entrada ou saída de cotistas e não se pode resgatar antes do encerramento, ou abertos, dos quais cotistas podem sair antes. Geralmente, esses fundos possuem rendas variáveis, tendo no mínimo 67% do seu patrimônio investido em ações. Nessa modalidade, investidores com perfis semelhantes podem unir recursos para aumentar o poder de negociação, tendo uma expectativa de rentabilidade elevada. Se destaca pela possibilidade de diversificar o investimento em cotas de ações de mais de uma empresa e por não requerer muita pesquisa e atualização, como na aplicação direta em ações.
Previdência Privada – É uma forma de poupar para aposentadoria, sem depender do INSS, pois é possível definir o período de investimento e o valor da contribuição. É possível escolher entre dois planos, com formas de tributação diferentes. Há o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre), no qual o valor pago ao plano pode ser abatido no Imposto de Renda em até 12% de sua renda bruta anual, mas que quando o dinheiro é sacado, se paga imposto referente ao total que havia no fundo. E há também o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), que não pode ser abatido no Imposto de Renda, mas do qual só é cobrado imposto no momento do saque e sobre o rendimento do valor investido. Pode ser considerada uma forma de poupança obrigatória para a aposentadoria do investidor, pois possibilita altos rendimentos em longo prazo. Existe a possibilidade de resgatar o investimento antes de seu prazo final e de, ao término, resgatar todo o valor de uma vez ou em parcelas mensais.
LCI e LCA – Letras de Crédito Imobiliário e Letras de Crédito Agrícola são ativos financeiros de renda fixa que possuem garantia de um bem imóvel, rendendo juros e atualização monetária aos aplicadores. Eles são muito parecidos, a diferença está no destino do dinheiro dentro do banco, sendo que no LCA o dinheiro é investido no agronegócio e no LCI é investido em financiamentos habitacionais ou créditos, utilizando imóveis como garantia de pagamento. Geralmente a rentabilidade é pós-fixada, recebida ao final da aplicação. Possibilita pagamento de juros elevados, acima da maioria das aplicações e possui a vantagem de ter isenção total de IR para pessoas físicas. Possui as mesmas garantias de segurança que a poupança.
Fundos Referenciados DI – Os fundos DI ou Fundos Referenciados DI são fundos de investimentos pós-fixados. No mínimo 95% do seu patrimônio é direcionado aos Títulos Públicos atrelados a SELIC e o restante é aplicado em fundos de curto prazo. São investimentos bastante seguros, já que não aplicam em ativos de risco. Eles têm rendimento diário, permitindo resgates de recursos a qualquer momento.
Debênture – Consiste em um valor mobiliário que sociedades por ações emitem referentes a dívida, assegurando a quem adquire o direito de crédito contra a companhia emissora. É um título de crédito privado e os credores esperam receber juros periódicos e pagamento correspondente ao valor unitário da debênture no vencimento do título, conforme estipulado em um contrato específico chamado “Escritura de Emissão”. Esse tipo de investimento é emitido com taxas de juros mais baixas que as cobradas nos financiamentos bancários e em securitização. Não precisam estar ligadas a um empreendimento específico e os prazos para pagamento são cada vez mais longos, sendo que algumas operações podem superar 20 anos.
Fonte: Portal no Ar
Imagem: iStock