Nos últimos dias, os jogos de apostas digitais têm ganhado destaque na imprensa devido aos numerosos casos de pessoas que desenvolveram vício, resultando em perdas financeiras significativas, algumas chegando a ultrapassar os R$ 100 mil. Esses jogos, que se assemelham a um caça-níquel digital, tornaram-se notórios no Brasil devido à intensa campanha promovida por influenciadores digitais. Recentemente, eles atraíram a atenção da Polícia Civil devido a denúncias graves de impactos financeiros, incluindo casos extremos de suicídio.
Mas por que esses jogos são tão viciantes? O psicólogo Ramony Lamonier, da Hapvida NotreDame Intermédica, explica que um dos fatores contribuintes é o seu próprio formato.
“Esses jogos têm um potencial extremo de vício devido aos mecanismos tradicionais que desregulam o sistema de recompensa do cérebro, liberando dopamina, o que leva o indivíduo a buscar repetidamente o prazer do jogo. Além disso, por ser digital, ele é facilmente acessível, permite repetições constantes, é visualmente atrativo e oferece estímulos auditivos intensos. Tudo isso amplifica as sensações de emoção e prazer, intensificando o desenvolvimento do vício de maneira significativa”, explica ele.
Os malefícios associados aos jogos de apostas vão além do endividamento e da perda de bens materiais. Segundo o psicólogo, eles podem severamente afetar o estado emocional dos indivíduos, incluindo problemas nos relacionamentos, dificuldades no trabalho ou estudos, impactos na vida social, ansiedade, estresse crônico, depressão e, em casos extremos, pensamentos suicidas e tentativas de suicídio.
Ramony destaca que os sinais de vício em jogos de apostas muitas vezes não são percebidos pela própria pessoa. Algumas mudanças comportamentais, porém, podem servir de alerta para familiares e amigos através de sintomas como isolamento, mudanças de humor, sinais de abstinência quando não podem jogar, irritabilidade, e aumento progressivo das apostas, tornando-as mais arriscadas.
Para prevenir o vício em estágios iniciais, o profissional aconselha bloquear o acesso a sites de apostas e evitar situações que possam desencadear o jogo. Além disso, é recomendável buscar novas atividades para ocupar o tempo livre, como praticar esportes ou hobbies, além de apoio familiar e social. Em estágios mais avançados, é importante procurar ajuda profissional especializada, alerta ele, pois o vício em jogos é considerado uma doença e, por isso mesmo, requer tratamento adequado.
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Fonte: Assessoria de Imprensa/Hapvida NotreDame Intermédica