Imagina uma morte envolto de mistérios e segredos perturbadores que prometem emergir o leitor em um suspense intenso, comovente e sobrenatural sobre situações tenebrosas e cruéis de um passado horrendo e autoritório, em que vai desencadear dramas do assombrosos sobre uma vida de conflitos que acompanha a crescente e curiosa nébula sombria e icômoda vista na infância.
A obra eloquente e pugente Enterrada sob o tempo e águas-vivas, da autora Carolina Mancini, traz à cena uma visão que marcou e surpreendeu Joana, da qual ela não vai se esquecer tão cedo, quando observava o corpo de Catarina sendo levado de sua casa para a ambulância, e sua mão caída para fora do lençol quando seu dedo indicador balançava como revelando algo que não teria feito, mas o que seria essa imagem que sensibilizou sua infância, e perturba tanto a vida dessa mulher, e aumenta com veracidade as curiosidades sobre uma casa repleta de mofo e sombra. São fantasmas que retornam de um passado oculto através de mistérios que envolvem não apenas a vida de Catarina, mas também a sua própria.
Um romance encoberto de tensão, terror, ficção científica e fantasia, que faz um paralelo ao período da ditadura militar no Brasil, em uma viagem até Maré Vermelha, onde o mais horrendo da crueldade de um passado revolvido assombro os mares mais tortuosos e apavorantes, sob uma atmosfera enigmática que se desdobra na mais terrível e profunda história de horror e apagamento, sobre como um passado pode perturbar uma vida, até mesmo na presença da morte.
Enterrada sob o tempo e águas-vivas foi lançada em 2024, durante a 27ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, e também foi indicado a um dos prêmios mais aclamados da literatura independente no país, o Prêmio Ecos da Literatura, nas categorias – melhor livro de suspense/terror; melhor livro nacional; melhor capa; melhor título; e melhor enredo, e ainda, Carol concorreu como melhor autora nacional.
Fonte: O Barquinho Cultural