Moradores da rua Rio Potengi, no bairro das Quintas, em Natal, denunciam rachaduras constantes nas estruturas das casas localizadas às margens da linha férrea que corta a região, próximo ao grupamento de fuzileiros navais.
A principal queixa está relacionada à vibração causada pela passagem dos trens. A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) informou que os imóveis foram erguidos dentro da faixa de domínio da ferrovia, que é de 15 metros para cada lado, e que há uma ação civil pública pedindo a retirada das construções.

“A situação vem se arrastando há anos. A minha casa, pelo menos, já teve rachadura até de 5 centímetros”, afirmou Henrique Baracho, que vive na rua há 25 anos. Segundo a moradora Silvana Azevedo, o problema se intensifica com a velocidade dos trens.
“O trem quando passa, passa com tudo. Eles passam como se não tivesse casa aqui. Quando o trem passa, a casa treme. O chão todinho. Acho que se a velocidade fosse menor, evitaria rachaduras. A buzina é muito alta. A cancela não funciona quando o trem vem”, disse ela, em entrevista ao AGORA RN .
Francisco Domingos Siqueira, morador da área há mais de quatro décadas, contou que os danos aumentaram nos últimos anos. “São rachaduras pequenas, sempre teve. Não muita como está tendo agora. Já ajeitei várias vezes, colocava ferro e cimento. A linha [férrea] está toda desestruturada, arriando. O trem passa voando”, relatou.
Outra moradora, Teresinha Borges, disse que precisou consertar o imóvel duas vezes nos últimos anos. Ela, agora, quer se mudar do local. “Já mandei ajeitar duas vezes. Faz um ano que mandei reformar, mas abriu de novo. Quando terminei de pagar o pedreiro, abriu novamente. Estou pensando em me mudar daqui”. Há entre 10 e 12 viagens por dia, conforme os residentes.

Em nota, a CBTU declarou que “até o momento, não tem recebido reclamações de trincaduras de residências ao longo da linha férrea, fora da faixa de domínio (15 metros de cada lado)”. A companhia afirmou que as casas próximas à linha podem justificar os danos e que “tem orientado sempre, inclusive com notificação, proibindo que sejam realizadas construções dentro da faixa operacional”.
Ainda segundo a Companhia, existe uma ação civil pública em curso movida pelo Ministério Público Federal que envolve a União, a CBTU e a Prefeitura do Natal, que prevê a retirada das residências construídas na área de domínio da ferrovia e a garantia de recursos para outra moradia dos afetados.
“É um processo antigo”, diz a nota da CBTU. Moradores da região, que pagam Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), afirmam que nunca foram informados da irregularidade das construções.
Imagens: José Aldenir
Fonte: Agora RN






































































