A China escalou nesta terça-feira (14) uma nova ofensiva na disputa comercial com os Estados Unidos ao impor restrições a cinco subsidiárias americanas dos estaleiros sul-coreanos Hanwha Ocean, em retaliação a medidas recentes de Washington no setor marítimo.
O Ministério do Comércio chinês determinou que organizações e indivíduos na China se abstenham de qualquer transação com essas unidades, acusando-as de auxiliar investigações americanas que prejudicam a soberania chinesa.
O anúncio das sanções ocorreu no mesmo dia em que entram em vigor novas tarifas portuárias entre os dois países.
Nos EUA, essas taxas visam navios de propriedade, operação ou construção chinesa, com valores como 18 dólares por tonelada líquida ou 120 dólares por contêiner. Na China, as taxas recíprocas isentam explicitamente navios construídos na própria China, mesmo que operados por estrangeiros, mas se aplicam a navios de origem americana.
A notícia provocou forte reação nos mercados, com as ações da Hanwha Ocean caindo até 8%, enquanto papéis de estaleiros chineses ganharam fôlego, refletindo um possível realinhamento nas apostas dos investidores.
Ao Financial Times, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, criticou a China, dizendo: “Isso é um sinal de quão fraca a economia deles é, e eles querem arrastar todo mundo junto com eles”.
Esse movimento entra no contexto recente de troca de ações punitivas entre Pequim e Washington sobre tarifas, controle de terras raras, tecnologia e ameaças comerciais.
Dentro dessa realidade, os futuros dos principais índices dos EUA operavam em queda no começo dessa manhã, com o Dow Jones em queda de cerca de 0,5%, o S&P 500 recuando 0,8% e o Nasdaq caindo 1,06%.
O ambiente de instabilidade financeira já vinha sendo alimentado por declarações anteriores do presidente Donald Trump, que anunciou tarifas de 100% sobre importações chinesas a partir de 1º de novembro.
Seu recuo momentâneo no discurso, alegando que tudo ficaria bem, havia trazido um mínimo de alívio aos mercados, mas a escalada protagonizada por Pequim trouxe mais preocupação.
Agora todos seguem de olho em como os Donald Trump, que tem encontro marcado com o presidente chinês Xi Jinping no fim desse mês, na Coreia do Sul, vai reagir.
*José Inácio Pilar – Âncora do telejornal diário “Meio Dia em Brasília”, também roteiriza e apresenta o programa de entretenimento “Café Antagonista” todos os sábados às 10h e às 16h, além de assinar colunas de automobilismo e de entretenimento.
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Fonte: CRUSOÉ







































































