Pecadores, filme dirigido por Ryan Coogler, protagonizado por Michael B. Jordan, que já conta com 100% de aprovação Rotten Tomatoes. O filme mostra a história de dois irmãos gêmeos que decidem voltar à terra natal para montar um bar, a ideia não sai como esperado e o mal os aguarda no local.
De início, o filme entra numa guinada mais melodramática, até mesmo uma sequência bem parecida com filmes de época, isso porque a escolha da direção foi alocar o tempo nos anos trinta, especificamente em 1932, em ClanKiller, no estado da Louisiana, Estados Unidos.
Essa primeira parte vai mostrar um pouco sobre como os irmãos são conhecidos na cidade, e também é usada para evidenciar os laços dos personagens com outras pessoas. É uma sequência bem humorada e interessante de ver como funciona a política da época, e a forma como os irmãos vão construindo toda equipe que vai compor o filme na segunda parte, cada um tem um pequeno espaço para construir sua própria história.
O diretor, Ryan Coogler, trabalha dentro do tempo sem deixar de fato a trama degringolar para algo monótono, isso porque mesmo sem a aparição das criaturas na primeira parte, ainda sim é um obra bem legal de conhecer, a história dos irmãos consegue carregar bem a trama. O Michael B.Jordan como Fuligem e Fumaça, já que ele interpreta os gêmeos da história, é outro acerto dessa produção, isso porque são personagens diferentes apesar da semelhança.
A história que cada um construiu ao longo dos anos na cidade deixa evidente a influência deles pela região. Outro ponto aqui bem feito é a famigerada fotografia, que apresenta uma paleta de cores bem harmonizada, figurinos ricos de época, com pequenos toques de sofisticação e autenticidade.
Além de tudo isso, a música como fio condutor de toda problemática sob uma ótica social rica em história e cultura. Tem um momento no filme que o Ryan faz um passeio por diferentes contextos culturais para exaltar a música negra, o artifício do Blues como chamariz das criaturas da noite, que tem momentos bem singelo de crítica social em falas é outro grande acerto.
Essas criaturas sanguinolentas e brutais são apresentadas como dispostas a mudar a sociedade por uma ótica bem peculiar, e o filme usa esses momentos para deixar claro um recado nas entrelinhas sobre racismo. Na verdade, o filme fala bastante sobre o tema desde o início, afinal se trata de uma história situada durante os anos trinta.
No fim, um final bem diferente do desenho feito no início que caiu durante a construção da trama, ainda sim, bem satisfatório e com um significado ímpar. Essa parceria Michael e Ryan sempre deu certo, tem durado e rendido bons filmes desde o início lá em Fruitvale Station: A Última Parada, 2013. Aqui não é diferente porque a ideia funciona e há uma construção, e dentro dessa conjuntura tem a incrementação de toda crítica social sob a alegoria da mitologia dos vampiros. O filme esta em cartaz nos cinemas.
Fonte: O Barquinho Cultural