Com o lançamento do Switch 2, a Nintendo dá um salto técnico significativo em relação ao seu antecessor. Equipado com um novo chip desenvolvido pela Nvidia, o console promete entregar uma experiência visual e de desempenho muito mais robusta — tanto no modo portátil quanto na dock. Para entender o que realmente muda e o que esperar dessa nova geração, é importante explorar o papel do SoC (System-on-a-Chip), a arquitetura envolvida e como isso impacta os jogos. Vamos discutir alguns dos avanços do Switch 2 com base no que já foi revelado e nos títulos que já estão no mercado.
O que é um SoC e por que ele é importante no Switch 2
O termo SoC (System-on-a-Chip) define um chip que reúne, em uma única peça de silício, todos os principais componentes de um sistema: processador (CPU), chip gráfico (GPU), memória, controladores e interfaces de entrada e saída. Essa integração é crucial para dispositivos móveis, como o Nintendo Switch, que exigem potência e eficiência energética num espaço limitado.
No Switch 2, a Nintendo adota o novo SoC Tegra T239 da Nvidia. O chip combina oito núcleos de CPU Cortex-A78C — seis deles dedicados a jogos — com uma GPU baseada na arquitetura Ampere, a mesma utilizada em placas GeForce RTX mais modernas, o que torna mais fácil a compatibilidade, desenvolvimento e port de jogos para a plataforma .
O resultado é um sistema com desempenho gráfico e computacional muito superior ao da geração anterior. Essa mudança representa mais do que uma simples atualização: trata-se de uma reformulação estrutural pensada para dar ao console a capacidade de rodar jogos modernos com fluidez e qualidade, mesmo no modo portátil.
A função da CPU e GPU no desempenho de jogos
Em qualquer console, a CPU e a GPU desempenham papéis distintos e complementares. A CPU gerencia a lógica do jogo: movimentação, IA, física e comunicação entre sistemas. Já a GPU é responsável, em essência, pela geração gráfica — desde texturas e luzes até efeitos complexos, como reflexos e sombras em tempo real.
No Switch original, a CPU usava quatro núcleos ARM Cortex-A57, sendo três voltados para jogos. A GPU, baseada na arquitetura Maxwell da Nvidia, trazia 256 núcleos CUDA, o suficiente para rodar jogos bem otimizados, mas com limitações evidentes em títulos mais exigentes.
O Switch 2 corrige esses gargalos com oito núcleos Cortex-A78C — com maior cache e eficiência — e uma GPU Ampere com 1.536 núcleos CUDA. Além do poder bruto, a nova GPU traz tecnologias atuais como DLSS (Deep Learning Super Sampling), que melhora a resolução de forma inteligente, e ray tracing, que permite simular luz e reflexos com realismo.
Comparativo: Switch original vs. Switch 2
Switch original: 4 núcleos Cortex-A57
Switch 2: 8 núcleos Cortex-A78C (6 para jogos)
Os núcleos Cortex-A78C trazem ganhos significativos em multitarefa, tempo de resposta e eficiência térmica. Isso melhora não apenas o desempenho gráfico, mas também a experiência geral, com menus mais rápidos, I.A. mais complexa e mundos de jogo mais dinâmicos.
Gráficos (GPU)
Switch original: 256 núcleos CUDA (arquitetura Maxwell)
Switch 2: 1.536 núcleos CUDA (arquitetura Ampere)
O salto na GPU é expressivo: a capacidade de renderização aumenta até oito vezes, viabilizando jogos com visuais mais detalhados e efeitos modernos. DLSS e ray tracing colocam o Switch 2 no mesmo patamar técnico de consoles como PlayStation 4 Pro e Xbox Series S.
Memória
Switch original: 4 GB LPDDR4
Switch 2: 12 GB LPDDR5X
Com três vezes mais memória e uma largura de banda maior, o novo console carrega dados mais rapidamente, o que reduz telas de loading e permite gráficos mais elaborados, especialmente em resoluções maiores com muito menos chances de gargalos.
O conjunto das especificações técnicas e tecnologias como DLSS colocam o Switch 2 não apenas muito à frente de seu antecessor em todos os aspectos, como elimina os obstáculos de hardware que impediam o Switch de receber diversos títulos da geração passada e atual. Com o atual hardware altamente customizado e potente, não é de se imaginar o suporte e os elogios que as third parties já têm demonstrado e feito com relação ao aparelho.
O legado do Tegra X1 e o potencial do novo SoC da Nvidia
Mesmo limitado tecnicamente, o Switch original foi um marco em otimização. O Tegra X1 conseguiu rodar Zelda: Breath of the Wild, Super Mario Odyssey e até The Witcher 3 em um dispositivo portátil, algo impressionante à época. Esses feitos mostraram como a Nintendo e os estúdios parceiros souberam tirar o máximo de um hardware modesto.
Agora, com o novo SoC da Nvidia, as limitações anteriores são superadas com folga. A performance observada nos primeiros jogos do Switch 2 mostra que o console está preparado para englobar até a atual geração.
Em Mario Kart World, o salto gráfico é evidente: texturas mais detalhadas, iluminação dinâmica avançada. Já na dock, o jogo alcança 4K com fluidez. Outro exemplo de destaque é Cyberpunk 2077: Ultimate Edition, que roda a 1080p com taxa de quadros estável, algo impensável no Switch original. A versão inclui ainda suporte a DLSS, mantendo fidelidade visual mesmo em ambientes complexos. Fazendo com que o estúdio rasgasse elogios ao console.
O Switch 2 e a nova era dos híbridos
Com o novo SoC desenvolvido pela Nvidia, o Nintendo Switch 2 se posiciona como um console portátil de alto desempenho, capaz de rodar jogos de nova geração com recursos visuais avançados e excelente eficiência energética.
O conjunto CPU-GPU do Switch 2 não apenas supera com folga seu antecessor, como também o aproxima tecnicamente de consoles de mesa. Para os jogadores, isso significa mundos mais vivos, taxas de quadros estáveis e experiências mais imersivas — seja jogando no sofá, no trem ou em qualquer lugar.
Se a primeira geração provou que portabilidade e qualidade podiam andar juntas, o Switch 2 mostra que é possível fazer isso em um novo patamar. E o melhor: sem perder a essência da proposta híbrida que tornou o console um fenômeno global.
Texto de Fernando Lorde
Fonte: Nintendo Blast